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28 novembro, 2013

A terceira avó do meu filho

Ela estava presente no dia que o João nasceu.

Quando eu acordei da anestesia e fui pro quarto, ela estava lá, me esperando, junto com minha mãe.

E, como ele nasceu antes da data prevista, o enfeite da porta da maternidade ainda nem estava pronto. E foi ela quem terminou de fazê-lo. Hand made. E pendurou ali na porta. 

E ficou tão lindo, que o enfeite está até hoje pendurado no quarto dele, com o nome dele escrito.

Quando ela presenciou o João dando seus primeiros passos sozinhos, ainda meio cambaleando, mas andando (!), ela chorou. 

E quando eu mudei de casa, grávida da Gabriela, sem poder carregar peso, foi ela que arrumou o meu armário, cada gaveta. E, depois disso, eu passei meses telefonando pra ela em horários bizarros pra saber onde estava minha sandália preta de festa, onde estavam os meus lenços, em que caixa estavam minhas necessaires... Onde estava? Só ela sabia.

E quando eu estava com nove meses de gravidez, foi ela quem arrumou a minha mala da maternidade. Porque eu não podia esquecer nada. E grávida esquece tudo!

E no dia que a Gabriela nasceu e o João foi conhecê-la na maternidade, ela foi junto com a minha mãe levar meu filho para conhecer o maior presente que já dei a ele! E ficou lá, presenciando aquele momento lindo. De espectadora apenas. Porque o momento era nosso. Mas ela sabia disso melhor que a gente.

E quando eu precisei, sem ter com quem mais contar, ela ficou na minha casa cuidando do João pra eu poder trabalhar. 

E, quando ela faz aniversário, o João senta na cozinha dela e come infinitos pedaços de bolo. Porque ela é mineira e na cozinha dela tem sempre bolo e pão de queijo. E ele ama!

E quando a minha mãe viaja, ela é quem fica de sobreaviso. Porque eu posso precisar de socorro com minhas crias né! 

E o João ama ela. E, vindo dele, isso é muito significativo. Porque ele não se entrega fácil. Mas ela já mora no seu coração.

E ela ama ele. 

Como avó.

26 novembro, 2013

Tão longe tão perto

Para refetir!


"Os pais nunca declararam amar tanto os filhos quanto agora. Eles fazem tudo o que podem e o que às vezes nem devem porque, por amarem tanto os filhos, não suportam vê-los sofrer. Esforçam-se para dar a eles o melhor da vida porque querem que os filhos tenham tudo o que eles próprios, quando crianças, não tiveram. Estabelecem com os filhos um relacionamento aberto, íntimo e amigável porque não querem ser autoritários e distantes como foram seus pais. Enfim: os pais estão, hoje, apaixonados pelos filhos.

É compreensível: em um mundo no qual os laços afetivos entre os adultos estão sempre por um fio e se desfazem por qualquer bobagem, o clima de insegurança afetiva provoca novas buscas. Como a união com os filhos é a única que, atualmente, só a morte dissolve, ela tem servido como o porto seguro afetivo dos pais.

Para ter idéia de quão longe isso vai: uma diretora de escola de educação infantil no interior de São Paulo contou-me que, no Dia dos Namorados, vários ramalhetes de flores enviados pelos pais às filhas chegaram à escola. O problema está nas contradições que esse amor declarado tem apresentado.

Os pais que adoram tanto seus filhos contratam babás para ficar com eles diuturnamente, inclusive domingos e feriados. Vemos pais cujos filhos estão segurando nas mãos da babá ou no colo desta nos shoppings, nos cabeleireiros, nos consultórios, em hotéis, restaurantes etc. E ter babá dá muito trabalho! É seleção, busca de referências, treinamento e depois, se surgirem desconfianças, instalação de câmeras etc.

Mães e pais que dizem amar seus filhos sem medida fazem com que novos negócios prosperem em tempos de recessão.Os pais vão a um casamento com os filhos? Não há problema. Os noivos contratam empresas de recreação que ficam o tempo todo com as crianças, para que os pais "curtam a festa sem restrições". Nas férias, os hotéis precisam ter uma equipe de monitores que, além de entreter as crianças, também almoça e janta com elas.

Por falar em férias, acampamentos para crianças rendem no período. Até pouco tempo atrás, eles recebiam só adolescentes. A demanda dos pais fez com que proliferassem locais que recebem crianças pequenas: os pais já podem mandar seus filhos a partir dos quatro anos (!) para uma temporada fora, com direito a "espiar" pela internet como eles se divertem!

Quando o filho faz aniversário e os pais querem demonstrar todo seu amor dando uma megafesta, sem problemas: contratam um bufê que cuida de tudo. E a escola, para ajudar, recebe autorizações de saída e organiza os convidados para colocá-los no ônibus que os leva da escola para o evento.

A falta de tempo dos pais tem sido usada para explicar tantas buscas de recursos. Mas esse estilo tem muito mais a ver com a nossa cultura. Amor demais sufoca e idealiza. Pode ser por isso que os pais apresentem tanta contradição: amam tanto a idéia de ter o filho que precisam ficar longe dele para, talvez, não perderem o filho que imaginam ou gostariam de ter." 



25 novembro, 2013

Once upon a time...


Eu adoro ler. Sempre gostei.

Desde que me entendo por gente, meus pais sempre apreciaram a leitura e estimularam muito isso em nós (eu e minha irmã). Tenho lembranças do meu pai devorando livros e livros, quase compulsivamente! Até hoje é assim.

Antes de dormir, ele lia histórias para a gente, no quarto. Cada dia um capítulo. E a gente ficava esperando a continuação da história para o dia seguinte. Era tão bom!

Eu tento ensinar meus filhos a tomarem gosto pela leitura. Acredito que é de pequeno que se cria esse hábito. Difícil ver um adulto que nunca leu muita coisa e de repente passa a apreciar a literatura e buscar novas leituras. Nunca vi.

Meus filhos não têm uma grande quantidade de livros. Pelo contrário. Acho até que deveriam ter uma variedade maior de opções em casa. But, it is not about that. O que eu tento fazer aqui em casa é mostrar como a leitura é gostosa, como os livros, fábulas e contos podem nos ensinar coisas legais.

Com o João, que já tem 4 anos, já temos o hábito diário, e sagrado(!), de ler um livro na cama, antes de dormir. Ele escolhe o livro e eu deito com ele na cama dele para ler a história. É um momento delicioso! Ele curte, faz perguntas inteligentes, engraçadas e até difíceis. Atualmente, ele está numa fase de pedir toda noite a mesma história, e até já decorou muitos trechos. Finda a história, fechamos o livro e entonamos juntos: ”...E acabou-se o que era doce. E quem quiser que conte outra!

A Gabriela ainda não tem o hábito da leitura na cama, antes de dormir. Até mesmo porque ela ainda dorme no berço e, portanto, não consigo sentar do ladinho dela pra contar. Mas mantenho os livrinhos numa estante onde ela possa alcançar e, durante o dia, sempre lemos juntas pelo menos uma história. Eu sento no chão e ela escolhe um livrinho e traz pra mim, senta-se no meu colo e quer ela mesma virar as páginas, descobrindo as figuras e falando tudo o que vê. Às vezes, antes de dormir, ela senta com o João na cama dele, para ler junto com a gente. E sempre chora quando acaba a história...!

Às vezes, nosso passeio do dia é na livraria, onde sentamos para ler historinhas novas.

Já temos alguns livros preferidos. Uns meus e outros deles.

Acredito que o incentivo à leitura é responsabilidade dos pais. Claro que a escola tem um papel fundamental neste quesito. Mas me sinto responsável por ensinar aos meus filhos que existem coisas na vida que só os livros nos ensinam, só os livros nos proporcionam. 

Principalmente nos dias de hoje, em que infelizmente os livros estão sendo substituídos pela tecnologia.

Claro que é importantíssimo que as crianças estejam antenadas com o que acontece de novo para a geração delas. Smartphones, tablets, internet, videogames. De acordo com o conteúdo e faixa etária, obviamente.

Mas, no que depender de mim, sempre haverá um livro na cabeceira dos meus filhos.



19 novembro, 2013

O pediatra não atende o telefone. E agora?


Imagine a cena.

Você se depara com o seu filho em uma das seguintes condições:

Doente. Vomitando. Com febre. Alergia. Respirando esquisito. Chorando muito. Muito mesmo. Machucado. Sangrando. Com dor. Sem comer. Sem beber. Sem dormir.

Basta um ou dois sintomas acima para acender a nossa luzinha vermelha ou, no mínimo, luzinha amarela.

Bora ligar pro pediatra. 

Às vezes a cena acontece no meio da madrugada. No meio do final de semana. Do feriado. Do dia de Natal. 

Às vezes acontece quando estamos viajando. Numa cidade onde não conhecemos ninguém. Num lugar ermo. Num lugar onde o telefone não pega direito.

Sim, porque filho não escolhe quando e onde ficar doente. Ou se machucar. Seria ótimo se as suas necessidades de saúde ficassem restritas ao horário comercial, num dia comum, em que estamos disponíveis em casa, dentro da rotininha habitual. Mas não.

Lei de Murphy ataca as mães também. E como!

Mas também ataca os queridos pediatras.

Porque, mesmo os pediatras mais disponíveis e acessíveis do mundo também dormem, viajam, têm problemas com o sinal do celular, ficam doentes, batem o carro, etc e tal.

E agora?

O que fazer quando você precisa do pediatra e ele não te atende?

Pânico mode on!

Não adianta tentar buscar uma solução na hora do nervosismo. Você tem que ter um plano B. Sempre. 

Então, eu tenho algumas opções de plano B na bolsa, na cabeça, no celular. Para uma eventual indisponibilidade do pediatra. Ou para momentos inoportunos.

Porque meu filho já passou mal às três da madrugada. Porque ele já engasgou de ficar roxo e sem respirar com apenas algumas semanas de vida. Porque ele já cortou a sobrancelha dia 24 de dezembro às sete horas da noite. Porque ele já prendeu o dedo na porta no dia que eu estava sem carro. Porque ele já teve uma reação alérgica super estranha quando estávamos viajando. Porque minha filha já teve estomatite durante uma viagem de férias. Porque ela já caiu e quebrou um dente no meio de um fim de semana prolongado. Porque ela já se jogou do berço e caiu de cabeça no chão às 6h da matina. E eu estou só esperando o próximo susto... 

Pra esses momentos, no meu celular eu tenho, além do telefone da pediatra, mais dois pediatras da minha confiança gravados nos meus contatos. Posso precisar né? Sempre pode acontecer de alguém não me atender...(sorte que isso ainda não ocorreu). Então telefones A, B e C. Porque com filhos pequenos só plano B não basta!

Além disso, já pedi aulinha pra pediatra sobre febre, vômitos, alergias, tosse, conjuntivite, bebê engasgado, dor de garganta, catarros, sapinho, machucados, eteceteras e tais. E mantenho uma farmacinha em casa. E tenho anotadas as dosagens de cada medicação, para cada filho. E essa farmacinha vai com os meus filhos onde forem, mesmo que seja uma noite na casa da vovó. 

E, quando vou viajar com kids, falo antes com a pediatra, pra ela me alertar sobre algum detalhe que possa me passar em branco. Tipo, se vou pra praia, ela me recomenda um determinado protetor solar e hidratante pra pele delicada dos pequenos. Ou, se vou ficar muito tempo viajando, já levo uma receita de algum medicamento controlado, tipo antibiótico ou antialérgico que posso precisar comprar (toc toc toc).

Nada disso evita os sustos. Mas evita confusão na hora H. Evita stress. Evita ter que acabar com a viagem antes da hora. E garante uma mãe mais tranquila. Vamos combinar que isso é quase tudo que importa né?!

18 novembro, 2013

Sobre a morte


Meu avô faleceu.


Desde criança, eu sempre temi este momento. Há décadas que tenho medo de ouvir o telefone tocar fora de hora, porque é em meus avós que sempre fica meu pensamento nessa hora. E a hora dele chegou. 

E ele partiu sereno e quase sorrindo. E, horas antes, naquele mesmo dia, eu passei a tarde de mãos dadas com ele, e ambos sabíamos que aquela era a nossa despedida.

E eu o velei. E senti no coração esta perda. Mas me despedi conformada, e vou guardar para sempre comigo os momentos que vivi com ele. E, principalmente, vou guardar comigo tudo que aprendi com ele. E ele nem sabia que estava me ensinando.

No dia seguinte, sentei com o João para contar a ele que o biso partiu. Porque acho que criança tem direito à verdade. Isso é respeito.

E tivemos o seguinte diálogo:

- João, a mamãe tem uma coisa triste para te contar. O biso morreu.

- Mas o que aconteceu com ele, mamãe?

- Filho, o biso estava muito doente e muito velhinho. Agora ele está no céu e, todas as noites, nós vamos poder olhar as estrelinhas e lembrar dele.

- Mas, a bisa vai ficar sozinha, mamãe? (nessa hora meus olhos se enchem de lágrimas)

- Sim, João. A bisa não tem mais o biso. Mas a gente vai poder visitá-la sempre, pra ela ficar feliz.

- Tá bom, mamãe.

Eu jamais seria capaz de omitir esse fato dele. Quanto mais mentir e fantasiar a respeito, dizendo que o biso está viajando ou está doente, ou qualquer fantasia do gênero. Eu respeito meu filho acima de tudo e devo a ele a verdade sobre o mundo. Pessoas morrem. Eu adoraria que não fosse assim. Eu adoraria poupá-lo das tristezas do mundo. Mas não posso. Eu não tenho esse direito.

Quando o João nasceu, meu avô veio de SP especialmente para conhecê-lo. Só pra isso. E sentou-se ao lado do João, recém-nascido, e o João segurou forte o seu dedo.

Não acho que criança deva ser exposta a tudo, até porque elas não têm repertório para lidar com muita coisa sobre o mundo dos adultos. Por isso, jamais cogitaria levar meus filhos a um velório, enterro ou mesmo missa de sétimo dia. Também não acho que criança deva presenciar os adultos chorando ou lamentando uma morte. Tudo a seu tempo. Um dia eles vão entender todo esse processo ou, ao menos, adquirir maturidade para lidar com essa realidade, mas isso vai ocorrer gradativamente, conforme os anos se passarem.

Por ora, devo-lhes apenas a verdade. Os fatos. Não abro mão disso. Não abro mão de responder às suas perguntas. Não abro mão da verdade. Pelos meus filhos, jamais.

REST IN PEACE, GRANDPA. 





14 novembro, 2013

A criança e a natureza


Eu nasci em São Paulo. Vim morar no interior com 3 anos de idade.

Foi a melhor coisa que meus pais poderiam ter feito pela minha infância.

Naquela época, Ribeirão Preto era praticamente um sítio (!!). Morávamos numa rua em que o guarda de rua, da vizinhança, fazia a ronda a cavalo. Minha mãe conta que eu andava de triciclo (que eu chamava de "bibi") sozinha na rua e o guarda ia a cavalo atrás de mim. 

No fim de tarde, eu ia de mãos dadas com minha mãe buscar leite de vaca ordenhado na hora (!) em uma fazendinha a poucos quarteirões da minha casa. Era a nossa padaria! Levávamos um galão de latão, estilo vovó Donalda, e voltávamos pra casa com o latão pesado de leite.

Bons tempos aqueles! Dá uma saudadezinha que até dói...

Tudo isso porque, antes de deixarmos a capital, um belo dia, meus pais nos levaram (eu e sister) a algum lugar onde tinha grama para as crianças brincarem. Talvez um parque ou pracinha. Eu e sister, pequeninas de tudo, ao pisarmos descalças na grama, estranhamos aquela coisa verde piniquenta e ficamos quase com medo da grama.

Pronto!

Não precisou de mais nada para meus pais decidirem que não queriam criar as filhas numa cidade em que criança não conhece grama.

Pouco tempo depois, já morávamos no interior.

E eu tive uma qualidade de vida na infância que certamente não teria numa capital. Brinquei muito, mas muito mesmo, na rua. De amarelinha, pega-pega, queimada, bets. Cansei de ir pra escola de bicicleta. Cansei de ir a pé na casa das amigas, na aula de inglês, na locadora de vídeos. Todas as crianças brincavam na rua, era a coisa mais normal do mundo. 

E tínhamos muito contato com a natureza. Cidades do interior têm disso. Todas as casas têm jardim, ainda que mínimo. Terra e verde. Zero cimento. Eu montava labirintos de Lego e colocava tatus-bola, centopéias e lagartixas para encontrar a saída dos meus labirintos. Eu pegava filhotinhos de pomba na rua e levava pra casa para cuidar. Eu sempre tive cachorro. E periquitos.

Mas minha cidade não é mais a mesma.

Hoje eu não vejo nenhuma criança na rua. Estão todas protegidas dentro de suas casas e apartamentos arrumadinhos. No ar condicionado. Limpinhas. Se entretendo com seus vídeo-games, filminhos e tablets. E seus brinquedos de pilha. Uma vida tão urbana!

E eu sempre me pego pensando que seria tão legal se os meus filhos pudessem viver um pouco o contato com a natureza que eu tive na infância. Tento proporcionar a eles o que está ao meu alcance. Casa com jardim. Passeios ao ar livre. Pracinhas. Clube. Escolhi uma escola que dá importância para a natureza. Onde eles aprendem sobre os animais e seus habitats (sim! aos 4 anos ele chega em casa me contando que aprendeu sobre o "habitat" das baleias! adoro!). Na escola deles, tem tartarugas, coelhos, codornas e porquinho da índia. 

No que dá, eu até consigo que eles tenham um pouquinho de natureza em suas vidas. Mas ainda fico um pouco pesarosa pela vida moderna ter se tornado tão urbana. Reconheço os benefícios da modernidade, óbvio, mas fico um pouquinho saudosa daquela época. Me dá a impressão (talvez até equivocada) de que as crianças eram mais saudáveis.

Enfim, divago.

O fato é que, no condomínio onde moramos, chegaram essa semana centenas de árvores, frutíferas e ornamentais, para serem plantadas numa determinada área verde reservada do próprio condomínio. E o plantio está sendo feito hoje por uma empresa especializada. 

Mas, para a felicidade das crianças que moram aqui, foram reservadas várias árvores para serem plantadas pelas próprias crianças, com direito a plaquinha em cada árvore com o nome da criança que plantou e a data. E cada um vai poder acompanhar o crescimento de sua própria árvore. O evento do plantio infantil vai acontecer amanhã, no feriadão (pra quem micou e não tem programação!).

E, no meio da vida agitada e turbulenta da cidade, em meio a tanta tecnologia, veículos e cimento, eis que meus filhotinhos vão plantar uma árvore! 

E, depois disso, só lhes restará escrever um livro e ter um filho.

Paremos por aqui.



13 novembro, 2013

Oração

PEDIDO DE UMA CRIANÇA A SEUS PAIS


NÃO tenham medo de serem firmes comigo. Prefiro assim.
Isto faz com que eu me sinta mais seguro.

NÃO me estraguem. Sei que não devo ter tudo que peço.
Só estou experimentando vocês.

NÃO deixem que eu adquira maus hábitos.
Dependo de vocês para saber o que é certo e o que é errado.

NÃO me corrijam com raiva e nem na presença de estranhos.
Aprenderei muito mais se me falarem com calma, em particular.

NÃO me protejam das conseqüências dos meus erros.
Às vezes eu preciso aprender pelo caminho mais áspero.

NÃO levem muito a sério as minhas pequenas dores.
Necessito delas para obter a atenção que desejo.

NÃO sejam irritantes ao me corrigirem.
Se assim fizerem, eu poderei fazer o contrário do que pedem.

NÃO me façam promessas que não poderão cumprir depois.
Lembrem-se de que isto me deixará profundamente desapontado.

NÃO ponham à prova a minha honestidade.
Sou facilmente tentado a dizer mentiras.

NÃO me mostrem um Deus carrancudo e vingativo.
Isto me afastará dele.

NÃO desconversem quando faço perguntas.
Senão eu procurarei na rua as respostas que não tive em casa.

NÃO se mostrem para mim como pessoas perfeitas e infalíveis.
Ficarei extremamente chocado quando descobrir seus erros.

NÃO digam que meus temores são bobos.
Mas, sim, me ajudem a compreendê-los.

NÃO digam que não conseguem me controlar.
Eu julgarei que sou mais forte que vocês.

NÃO me tratem como uma pessoa sem personalidade.
Lembrem-se de que tenho o meu próprio modo de ser.

NÃO vivam me apontando os erros das pessoas que me cercam.
Isto criará em mim, desde cedo, um espírito intolerante.

NÃO se esqueçam de que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo.

NÃO queiram me ensinar tudo.

NÃO desistam nunca de me ensinar o bem, mesmo que eu pareça não estar aprendendo.

No futuro, vocês verão em mim o fruto daquilo que plantaram.

(Anônimo)

12 novembro, 2013

Ensinando o bem.


Mãe tem obrigação de educar. Educar do verbo ensinar o filho a ser uma pessoa do bem, decente, honesta, honrada, forte, confiante, positiva, interessante. Alguém que saiba se comportar em sociedade. Que saiba olhar o outro. Que saiba se conduzir na vida. Que saiba tomar decisões. Que saiba reconhecer suas falhas. Que saiba respeitar. Que saiba sonhar. E enfrentar desafios. Alguém que sorria sempre. E que chore. E que ame.

Criar uma criança é fácil. Garantir comida, moradia, escola e saúde. Garantir amor também. 

O difícil é educar. Formar um cidadão. Moldar um caráter. Pra isso leva-se quase uma vida. Exige tempo. Exige paciência. Energia. Repetições diárias. Dedicação. Doação.

A minha irmã é o tipo de mãe que educa. De verdade. Dessas que a gente admira e quer ser igual. Que dá amor e limites na dose certa. Que respeita. E exige o maior respeito.

O resultado são duas lindas de 4 e 6 anos, extremamente educadas, seguras de si, felizes e cheias de energia, cheias de amigas e de criatividade. 

Então que essas lindas fizeram aniversário e ganharam de presente uma festa linda, em conjunto, regada a brincadeiras e amiguinhos. Foi um sucesso e elas se divertiram como nunca.

Quase todos os anos tem sempre uma comemoração no aniversário delas, e elas sempre ganham um monte de presentes. De modo que, felizmente, são meninas cheias de brinquedos legais e roupas idem.

Então, nesse último aniversário, o convite solicitava gentilmente que os convidados, ao invés de presentes para as aniversariantes, ajudassem a arrecadar fraldas descartáveis e leite em pó para crianças carentes. Doações estas que as próprias meninas iriam levar a um abrigo e entregar para as crianças do local.

O resultado?

De encher nossos olhos de lágrimas...!

As lindas foram com a mamãe conhecer o Abrigo Reviver, em São Paulo, e entregaram pessoalmente as fraldas e latas de leite arrecadados em sua festinha. Elas também levaram para o abrigo algumas fantasias e brinquedos que não usam mais.

E, do alto de seus 4 e 6 anos de idade, mostraram ter maturidade o suficiente para entender as necessidades de crianças que moram em abrigos e orfanatos. E as lindas emocionaram a todos ao demonstrar a maior felicidade do mundo em levar ajuda a essas crianças carentes, crianças que tem nos olhos o mesmo brilho que elas, a mesma pureza, e o mesmo sorriso. Sorriso de quem quer ser ajudado.

As lindas

As lindas com algumas das crianças do abrigo

Parabéns lindas, pelo gesto emocionante!

Parabéns, Sister, pela iniciativa em ajudar o próximo. Mas, principalmente, por ensinar as filhas a fazer o bem!

Isso é educar.



P.S. As lindas ganharam alguns presentes de aniversário, viu?! Abriram pacotes, se divertiram, curtiram essa delícia que é ganhar presentes (quem não gosta?), mas sem exageros. Os exageros ficaram por conta das doações.

11 novembro, 2013

Louca por sapatos


Tem mulher que tem mania de sapatos. Eu não sou assim. Mas conheço muita mulher (oi, sogra!) que ama sapatos mais que qualquer outro acessório. Que enlouquece com um novo par, que não repete nenhum, que tem um closet digno de fotografia!

Eu acho que a Gabriela é assim...

Tadinho do bolso do marido!

Ela mal se segurava em pé e já queria estar calçada. Já peguei ela no flagra atacando meus sapatos e experimentando salto alto às escondidas.

Os sapatos dela ficam guardados num lugar de fácil alcance e acesso para ela. Por acaso. E ela faz questão de escolher o que quer calçar. Tem dia que quer usar pijamas com botas. Às vezes quer ir numa festinha de tênis escolar. De acordo com o humor dela. Ou sabe-se lá com que critério. Porque senso estético ela não tem nenhum. A meu ver. Talvez as fashionistas até achem que há algum sentido nas escolhas dela. Eu bem que gostaria de ter uma filha antenada no mundo da moda, que pudesse ser minha personal stilist e me dar umas dicas, uns toques.

...Voltando...!

Então fomos dia desses ao shopping, eu e kids, comprar havaianas novas pro João, que a dele ficou pequena.

Gabriela enlouqueceu na loja!

Parecia que estava na Disney! Pediu pra vendedora todas as havaianinhas penduradas que queria experimentar. Lembrando que ela nem fez dois anos ainda. Experimentou todos os modelos da Minnie. Não tinha o seu número. Contentou-se com uma da Margarida. Que ela chama de “pato”. Não quis tirar do pé de jeito nenhum.

Tive que comprar. (tá bom, eu quis comprar...)

Por que era um par de Havaianas, e não de Louboutin.

E ela saiu da loja feliz da vida e desfilou seus chinelinhos novos pelo shopping afora. E, mais tarde em casa, tive de convencê-la a tirar o chinelo novo para tomar banho. Apenas para tomar banho. Porque, enquanto eu a enxugava, ela já quis calçá-los novamente.

E dormiu de chinelo.

All night long! Porque, antes de eu ir dormir, passei no quarto dela para tirar os chinelinhos do seu pé e ela resmungou muito brava, de olhos fechados: “Nenelo! Nenelo!” (em gabrielês).

Então deixei ela calçada. E no dia seguinte pela manhã, ela acordou calçada. Trocou de roupa, mas não tirou o bendito “nenelo”.

E foi pra escola de chinelo. 

Mesmo com chuva.

E foi tão feliz...!




P.S. Atenção, leitoras! Este NÃO é um publipost! Eu compro chinelos da marca que eu gosto. Ponto. 

09 novembro, 2013

Sobre o refrigerante.


Criança pode tomar refrigerante? Deve tomar? Com que idade? Qual o aspecto nutricional envolvido? E social?

Antes de oferecer ao seu filho, leia este texto, publicado originalmente AQUI.

Sete refrigerantes têm substância cancerígena, revela pesquisa
Em uma pesquisa com 24 refrigerantes, a Pro Teste --Associação Brasileira de Defesa do Consumidor-- verificou que 7 têm benzeno, substância potencialmente cancerígena. O benzeno surge da reação do ácido benzoico com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5 microgramas por litro.
Os casos mais preocupantes foram o da Sukita Zero, que tinha 20 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco produtos estavam abaixo desse limite. São eles: Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita.

Fernanda Ribeiro, técnica da Pro Teste, diz que é difícil estudar a relação direta entre o benzeno e o câncer em humanos, mas que já se sabe que a substância tem alto potencial carcinogênico e que, se consumida regularmente, pode favorecer tumores. "Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há limite seguro para ingestão dessa substância", diz.

A química Arline Abel Arcuri, pesquisadora da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) e integrante da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, diz que o composto vem sendo relacionado especialmente a leucemias e, mais recentemente, também ao linfoma.

O fato de entrar em contato com o benzeno não significa necessariamente que a pessoa vá ter câncer --há organismos mais e menos suscetíveis. "Mas não somos um tubo de ensaio para saber se resistimos ou não, e não há limites seguros de tolerância. O ideal, então, é não consumir", diz Arcuri.

O benzeno está presente no ambiente, decorrente principalmente da fumaça do cigarro e da queima de combustível. Na indústria, é matéria-prima de produtos como detergente, borracha sintética e náilon.
Nesse caso, não contamina o consumidor por se transformar em outros compostos. A principal preocupação é proteger o trabalhador da indústria.

O efeito do benzeno é lento, mas, quanto maior o tempo de exposição e a quantidade do composto, maior a probabilidade de desenvolver o tumor.



Adoçantes e corantes

A pesquisa da Pro Teste encontrou, ainda, adoçantes na versão tradicional do Grapette, não informados no rótulo. O problema é maior no caso de crianças, que devem ingerir menos adoçantes.

Os corantes são aprovados no Brasil, mas, para a Pro Teste, as empresas deveriam substituí-los por outros que não sejam problemáticos, assim como no caso do ácido benzoico. "É um problema fácil de ser resolvido", diz Ribeiro.Foram reprovados outros seis produtos [Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Grapette, Grapette Diet, Sukita e Sukita Zero] que tinham os corantes amarelo crepúsculo --que, segundo estudos, favorece a hiperatividade infantil-- e amarelo tartrazina --com alto potencial alergênico. "O amarelo crepúsculo já foi proibido na Europa. E muitas crianças têm alergia a alguns alimentos e, depois, descobre-se que o problema é o amarelo tartrazina", diz Ribeiro.

Outro lado

A Coca-Cola, responsável pela Fanta, afirmou, em nota, que cumpre a lei e que os corantes de bebidas são descritos no rótulo. Afirma, ainda, que o benzeno está presente em alimentos e bebidas em níveis muito baixos.
A AmBev, que fabrica a Sukita, informou que trabalha "sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira".

Cláudio Rodrigues, gerente-geral da Refrigerantes Pakera, que fabrica o Grapette, diz que a bebida tradicional pode ter sido contaminada por adoçantes porque as duas versões são feitas na mesma máquina. "Os tanques são lavados, mas pode ter ficado resíduo de adoçante no lote testado."

08 novembro, 2013

Xô, preconceito!


Para vir aqui falar sobre o universo da maternidade, tenho que me despir de alguns preconceitos. Já estou fazendo este exercício.

Eu nem sabia que era preconceituosa. Me consolo em saber que grande parte das mães também o são. Mesmo que não saibam!

Na blogosfera materna e mesmo em rodas de amigas, percebo o quanto a maternidade pode originar diferentes tribos.

Para ser mãe não existe manual, não existe escola, não existem leis.

Cada mãe, no momento em que começa de fato a exercer essa função, passa a construir para si um modelo de maternidade que lhe convém. É de fato uma construção. Cada mãe se utiliza de diversos elementos para construir o seu próprio modelo. Com base em sua própria história, suas crenças, sua cultura, seus laços familiares, seus objetivos e ideais de vida.

E o modelo construído vai sendo reformado ao longo do tempo. O que deu errado a gente tenta mudar. O que a gente admira no modo de ser de outra mãe, a gente tenta copiar e aplicar na nossa casa. O que é importante hoje pode ser visto de outra forma amanhã. O que funciona para um filho, pode não funcionar pro outro. A maternidade, para ser real, tem que estar em constante revisão.

E aí nasce o preconceito. Porque uma mãe nunca é igual à outra. E a tendência natural de cada mãe é julgar aquela que tem um modelo diferente do seu. O julgamento e a crítica muitas vezes são velados. Mas estão ali. Dentro de cada uma.

Mães que tiveram parto normal julgam as que se submeteram à cesárea. Mães em tempo integral julgam as que trabalham fora. Mães que optaram por não ter babá julgam aquelas que contam com ajuda. As que amamentam julgam as que dão mamadeira. As que são mais liberais na educação dos filhos julgam as mais conservadoras. As que optam por não matricular na escola desde pequenos julgam as que optaram pela escolinha. As mais jovens julgam as mais velhas. As que tiveram vários filhos julgam as que optaram por ter um único filho. As que não blogam julgam as que blogam. Etcetera e tal.

E vice-versa.

Quem nunca?

Outro dia, numa roda de algumas amigas mães, a discussão era quantos banhos por dia cada uma dá em seus bebês. Claro que a resposta não foi unânime. Há as que dão banho uma vez ao dia, outras dão dois banhos, e até três banhos por dia. E uma tentando convencer a outra de sua posição. É claro que ninguém estava com a razão. Mas também ninguém estava errada. Todas são excelentes mães, dedicadas e preocupadíssimas com sua prole, querendo dar o melhor de si.

(E, é claro, naquele momento, com muita falta de assunto!!! Porque discutir o número de banhos do bebê é papo para quem já não tem mais o que falar né! Mas, vamos combinar que o gostoso de repartir essas experiências com outras mães é justamente falar sobre o que ninguém mais no mundo vai querer discutir com você. Nem o seu marido, nem o pediatra, nem sua mãe. Assunto só de amigas!)

Fecha parênteses!

Isso prova que não existem duas mães iguais no mundo. Então, se você quer ser uma boa mãe, trocar experiências, construir um modelo de maternidade que funcione para sua vida, aprender, mudar de idéia (por que não?), compartilhar, e não pretende fazer tudo isso dentro de uma bolha, eu te convido a também se despir do preconceito.

Você pode ser diferente até de você mesma.

Hoje acredito que já sou uma mãe diferente da mãe que eu era há um ano. E certamente serei diferente no futuro.

Ainda bem!

Afinal, somos mães, não robôs!


07 novembro, 2013

Ser mãe

CONVERSA ENTRE MÃE E FILHA:
(desconheço autoria)


"Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'. 

'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?' 

'Vai mudar a sua vida,' eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro. 

'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas...' 

Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável. 

Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar 'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer. 

Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante. 

Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem. 

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro. 

Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe. 

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida -- não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles. 

Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra. 

O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas. 

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados. 

Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos. 

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer. O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos. 
'Você jamais se arrependerá', digo finalmente. 

Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado... que é ser Mãe."

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Olá!!

Eis que hoje finalmente começo a escrever este bloguinho.

Movida pelo amor que tenho à maternidade, ao vício que tenho há anos de fuçar em todos os blogs que dizem respeito à maternidade, filhos, educação e todos assuntos relacionados a este tema, que é o meu preferido na vida! Sim, porque, desde que o meu primogênito nasceu, há mais de quatro anos, este se tornou o meu tema predileto, eleito de conversas, papos com amigas, familiares e profissionais, e também foco de dúvidas, angústias, desesperos e curiosidades.

Aqui vou falar sobre o que penso, sobre dicas e orientações de profissionais, sobre o que possa interessar a mamães, papais, gestantes, tentantes, vovós, curiosos...

Vou compartilhar um pouquinho da minha experiência como mãe, falar sobre o que funcionou, o que deu errado, o que eu aprendi e o que eu ainda quero aprender!

Seja bem-vindo/a!

Entre, sente e fique à vontade!