Para vir aqui falar sobre
o universo da maternidade, tenho que me despir de alguns preconceitos. Já estou
fazendo este exercício.
Eu nem sabia que era
preconceituosa. Me consolo em saber que grande parte das mães também o são. Mesmo
que não saibam!
Na blogosfera materna e
mesmo em rodas de amigas, percebo o quanto a maternidade pode originar diferentes
tribos.
Para ser mãe não existe
manual, não existe escola, não existem leis.
Cada mãe, no momento em
que começa de fato a exercer essa função, passa a construir para si um modelo
de maternidade que lhe convém. É de fato uma construção. Cada mãe se utiliza de
diversos elementos para construir o seu próprio modelo. Com base em sua própria
história, suas crenças, sua cultura, seus laços familiares, seus objetivos e
ideais de vida.
E o modelo construído vai
sendo reformado ao longo do tempo. O que deu errado a gente tenta mudar. O que a
gente admira no modo de ser de outra mãe, a gente tenta copiar e aplicar na
nossa casa. O que é importante hoje pode ser visto de outra forma amanhã. O que
funciona para um filho, pode não funcionar pro outro. A maternidade, para ser
real, tem que estar em constante revisão.
E aí nasce o preconceito. Porque
uma mãe nunca é igual à outra. E a tendência natural de cada mãe é julgar
aquela que tem um modelo diferente do seu. O julgamento e a crítica muitas vezes são velados. Mas estão ali. Dentro de cada uma.
Mães que tiveram parto
normal julgam as que se submeteram à cesárea. Mães em tempo integral julgam as
que trabalham fora. Mães que optaram por não ter babá julgam aquelas que contam
com ajuda. As que amamentam julgam as que dão mamadeira. As que são mais
liberais na educação dos filhos julgam as mais conservadoras. As que optam por
não matricular na escola desde pequenos julgam as que optaram pela escolinha. As
mais jovens julgam as mais velhas. As que tiveram vários filhos julgam as que
optaram por ter um único filho. As que não blogam julgam as que blogam. Etcetera e tal.
E vice-versa.
Quem nunca?
Quem nunca?
Outro dia, numa roda de
algumas amigas mães, a discussão era quantos banhos por dia cada uma dá em seus
bebês. Claro que a resposta não foi unânime. Há as que dão banho uma vez ao
dia, outras dão dois banhos, e até três banhos por dia. E uma tentando
convencer a outra de sua posição. É claro que ninguém estava com a razão. Mas também
ninguém estava errada. Todas são excelentes mães, dedicadas e preocupadíssimas com
sua prole, querendo dar o melhor de si.
(E, é claro, naquele
momento, com muita falta de assunto!!! Porque discutir o número de
banhos do bebê é papo para quem já não tem mais o que falar né! Mas, vamos combinar que o
gostoso de repartir essas experiências com outras mães é justamente falar sobre o que ninguém
mais no mundo vai querer discutir com você. Nem o seu marido, nem o pediatra,
nem sua mãe. Assunto só de amigas!)
Fecha parênteses!
Isso prova que não existem
duas mães iguais no mundo. Então, se você quer ser uma boa mãe, trocar
experiências, construir um modelo de maternidade que funcione para sua vida,
aprender, mudar de idéia (por que não?), compartilhar, e não pretende fazer
tudo isso dentro de uma bolha, eu te convido a também se despir do preconceito.
Você pode ser diferente
até de você mesma.
Hoje acredito que já sou uma mãe diferente
da mãe que eu era há um ano. E certamente serei diferente no futuro.
Ainda bem!
Afinal, somos mães, não robôs!
Ainda bem!
Afinal, somos mães, não robôs!
A gente pensa uma coisa quando não tem filhos, muda o pensamento no primeiro, faz diferente no segundo, enfim....Estamos sempre mudando e questionando o que é certo, errado, bom, ruim. Isso tb é ser mãe.
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