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28 novembro, 2013

A terceira avó do meu filho

Ela estava presente no dia que o João nasceu.

Quando eu acordei da anestesia e fui pro quarto, ela estava lá, me esperando, junto com minha mãe.

E, como ele nasceu antes da data prevista, o enfeite da porta da maternidade ainda nem estava pronto. E foi ela quem terminou de fazê-lo. Hand made. E pendurou ali na porta. 

E ficou tão lindo, que o enfeite está até hoje pendurado no quarto dele, com o nome dele escrito.

Quando ela presenciou o João dando seus primeiros passos sozinhos, ainda meio cambaleando, mas andando (!), ela chorou. 

E quando eu mudei de casa, grávida da Gabriela, sem poder carregar peso, foi ela que arrumou o meu armário, cada gaveta. E, depois disso, eu passei meses telefonando pra ela em horários bizarros pra saber onde estava minha sandália preta de festa, onde estavam os meus lenços, em que caixa estavam minhas necessaires... Onde estava? Só ela sabia.

E quando eu estava com nove meses de gravidez, foi ela quem arrumou a minha mala da maternidade. Porque eu não podia esquecer nada. E grávida esquece tudo!

E no dia que a Gabriela nasceu e o João foi conhecê-la na maternidade, ela foi junto com a minha mãe levar meu filho para conhecer o maior presente que já dei a ele! E ficou lá, presenciando aquele momento lindo. De espectadora apenas. Porque o momento era nosso. Mas ela sabia disso melhor que a gente.

E quando eu precisei, sem ter com quem mais contar, ela ficou na minha casa cuidando do João pra eu poder trabalhar. 

E, quando ela faz aniversário, o João senta na cozinha dela e come infinitos pedaços de bolo. Porque ela é mineira e na cozinha dela tem sempre bolo e pão de queijo. E ele ama!

E quando a minha mãe viaja, ela é quem fica de sobreaviso. Porque eu posso precisar de socorro com minhas crias né! 

E o João ama ela. E, vindo dele, isso é muito significativo. Porque ele não se entrega fácil. Mas ela já mora no seu coração.

E ela ama ele. 

Como avó.

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