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06 dezembro, 2013

Mãe internauta. Ausente. E culpada.



É inevitável.

Você tenta se manter desplugada do computador, celular e tablet por alguns momentos ou horas do seu dia. Simplesmente para se dedicar ao filhote. Claro. Porque não é possível estar presente de verdade como mãe se você está de olho na telinha do seu celular, se você está respondendo mensagens e navegando pela internet.

Tá. Você pode estar presente fisicamente. Olhando. Checando se a fralda está limpa. Cuidando para que ele ou ela (ou eles) não se metam em encrenca. Com um olho no peixe e outro no gato. (!)

Mas você não está presente de verdade. Não está. Mesmo.

E aí você se propõe a estar de corpo e alma como mãe naquele momento. E então desliga o monitor do computador, guarda o tablet, deixa o celular num canto.

Mas o celular vai te chamar! Maldito! Ele vai apitar uma nova mensagem. Ele vai vibrar. Ele talvez não toque. Mas você vai ficar com vontade de dar só uma olhadela para ver se alguém ligou, se aquele email já chegou, se a sua rede social te solicitou. Só uma olhadinha.

E aí você aproveita e responde aquela mensagem. Rapidinho. E, já que está com o celular na mão, vai clicando umas fotinhos do seu filhotinho. E pronto! Já não está mais com ele novamente.

O celular torna a mãe mais ausente. E mais culpada (de novo a culpa materna).

O celular e a internet revolucionaram o mundo. Trouxeram avanços maravilhosos, progresso e tals. E, junto com a tecnologia, houve uma mudança cultural. As pessoas hoje são diferentes por causa desse avanço tecnológico. Temos o mundo no bolso. Literalmente. A nossa cultura mudou. Os relacionamentos mudaram. As relações de trabalho idem. A rotina da cada ser humano. A maternidade também.

Por que haveria de ser diferente com as mães, não é mesmo?

Porque mãe sente culpa. Por qualquer motivo.

E hoje eu acordei com culpa. Culpa porque ontem fiquei horas navegando enquanto minha filha dormia e o meu filho – bonzinho demais – ficou pacientemente assistindo um filminho que liguei pra ele enquanto eu terminava meus afazeres na rede (não na rede de dormir! #seriamaravilhoso). Ele me esperou, me chamou em alguns momentos quando precisou ir ao banheiro e quando já estava com vontade do seu lanchinho vespertino. Mas esperou. E respeitou minha ausência.

E, justamente por ele ter me esperado e respeitado meu momento com tanta paciência, é que eu fiquei com culpa. Dormi com culpa. Acordei com culpa.

Quem nunca?

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