Você tenta se manter
desplugada do computador, celular e tablet por alguns momentos ou horas do seu
dia. Simplesmente para se dedicar ao filhote. Claro. Porque não é possível
estar presente de verdade como mãe se você está de olho na telinha do seu celular,
se você está respondendo mensagens e navegando pela internet.
Tá. Você pode estar
presente fisicamente. Olhando. Checando se a fralda está limpa. Cuidando para
que ele ou ela (ou eles) não se metam em encrenca. Com um olho no peixe e outro
no gato. (!)
Mas você não está presente
de verdade. Não está. Mesmo.
E aí você se propõe a
estar de corpo e alma como mãe naquele momento. E então desliga o monitor do
computador, guarda o tablet, deixa o celular num canto.
Mas o celular vai te
chamar! Maldito! Ele vai apitar uma nova mensagem. Ele vai vibrar. Ele talvez
não toque. Mas você vai ficar com vontade de dar só uma olhadela para ver se
alguém ligou, se aquele email já chegou, se a sua rede social te solicitou. Só uma
olhadinha.
E aí você aproveita e responde
aquela mensagem. Rapidinho. E, já que está com o celular na mão, vai clicando
umas fotinhos do seu filhotinho. E pronto! Já não está mais com ele novamente.
O celular torna a mãe mais
ausente. E mais culpada (de novo a culpa materna).
O celular e a internet
revolucionaram o mundo. Trouxeram avanços maravilhosos, progresso e tals. E, junto
com a tecnologia, houve uma mudança cultural. As pessoas hoje são diferentes
por causa desse avanço tecnológico. Temos o mundo no bolso. Literalmente. A nossa
cultura mudou. Os relacionamentos mudaram. As relações de trabalho idem. A rotina
da cada ser humano. A maternidade também.
Por que haveria de ser
diferente com as mães, não é mesmo?
Porque mãe sente culpa. Por
qualquer motivo.
E hoje eu acordei com
culpa. Culpa porque ontem fiquei horas navegando enquanto minha filha dormia e o meu filho
– bonzinho demais – ficou pacientemente assistindo um filminho que liguei pra
ele enquanto eu terminava meus afazeres na rede (não na rede de dormir!
#seriamaravilhoso). Ele me esperou, me chamou em alguns momentos quando
precisou ir ao banheiro e quando já estava com vontade do seu lanchinho
vespertino. Mas esperou. E respeitou minha ausência.
E, justamente por ele ter
me esperado e respeitado meu momento com tanta paciência, é que eu fiquei com
culpa. Dormi com culpa. Acordei com culpa.
Quem nunca?
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